terça-feira, 1 de novembro de 2011

Crianças autistas apresentam melhoras com tratamento baseado em experiências cotidianas

Um tratamento baseado nas experiências com o próprio ambiente está trazendo alívio para crianças e familiares que transitam no enigmático universo autista: a ambientoterapia, na qual profissionais estimulam o desenvolvimento e a socialização infantil. Os benefícios da técnica foram avaliados na pesquisa realizada de uma clínica especializada e apresentados no Congresso Internacional de Autismo, em Curitiba, no fim do mês passado.

— Temos tido resultados eficazes. Em vez do tratamento convencional, em que há um profissional para cada criança, há várias crianças e vários profissionais interagindo constantemente — explica a psicóloga Fabíola Scherer Cortezia, responsável pelo Espaço Dom Quixote, de São Leopoldo, que fez o estudo.

Seis crianças foram acompanhadas por um ano, duas vezes por semana, três horas por dia, de forma transdisciplinar por psicóloga, psicopedagoga, terapeuta ocupacional, psicomotricista, fonoaudióloga e musicoterapeuta.

A pesquisa aponta que as seis crianças demonstraram, após dois meses, maior tempo de troca de olhares com os profissionais estimuladores, incremento no vocabulário, maior tolerância ao barulho e menor agressividade. Após seis meses, foi possível perceber também maior tolerância à mudança de rotina e sinais de troca e interação social espontânea entre as crianças do grupo. Depois de 12 meses, os benefícios continuaram.

— Buscamos estimular a interação da criança com outros colegas e não apenas a interação com o terapeuta. Há também a vantagem de que simulamos o ambiente com os pacientes, preparando-os para o convívio social por meio de atividades usuais do cotidiano, como passeios, lanches, brincadeiras em grupo, atividades pedagógicas e motoras — explica Fabíola.
Fonte: Bem-estar

sábado, 22 de outubro de 2011

Letra Cursiva ou Bastão?

Deve-se ou não exigir que as crianças escrevam com letra cursiva? A questão, que divide educadores e semeia insegurança entre pais, está ao lado da pergunta sobre o ensino da tabuada– entre as mais ouvidas pela consultora em educação e pesquisadora em Neurociência Elvira Souza Lima. A resposta, porém, não é trivial.
Quatro ou cinco décadas atrás, a dúvida seria inconcebível. Escrever à mão era só em cursiva e, para garantir que a letra fosse legível, os alunos eram obrigados desde cedo a passar horas e horas debruçados sobre os cadernos de caligrafia.
Veio, contudo, a pedagogia moderna, em grande parte inspirada no construtivismo de Piaget, e as coisas começaram a mudar. O que importava era que o aluno descobrisse por si próprio os caminhos para a alfabetização e a escrita proficiente. Primeiro os professores deixaram de cobrar aquele desenho perfeito. Alguns até toleravam que o aluno levantasse o lápis no meio do traçado. Depois os cadernos de caligrafia foram caindo em desuso até quase desaparecer.
O segundo golpe contra a cursiva veio na forma de tecnologia. A disseminação dos computadores contribuiu para que a letra de imprensa, já preponderante, avançasse ainda mais. Manuscrever foi se tornando um ato cada vez mais raro.
No que parece ser o mais perto de um consenso a que é possível chegar, hoje a maior parte das escolas do Brasil inicia o processo de alfabetização usando apenas a letra de forma, também chamada de bastão.
Tal preferência, como explica Magda Soares, professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG, tem razões de desenvolvimento cognitivo, linguístico: “No momento em que a criança está descobrindo as letras e suas correspondências com fonemas, é importante que cada letra mantenha sua individualidade, o que não acontece com a escrita “emendada’ que é a cursiva; daí o uso exclusivo da letra de imprensa, cujos traços são mais fáceis para a criança grafar, na fase em que ainda está desenvolvendo suas habilidades motoras”.
O que os críticos da cursiva se perguntam é: se essa tipologia é cada vez menos usada e exige um boa dose de esforço para ser assimilada, por que perder tempo com ela? Por que não ensinar as crianças apenas a reconhecê-la e deixar que escrevam como preferirem? Essa é a posição de Carlos Alberto Faraco, da Universidade Federal do Paraná, para quem a cursiva se mantém “por pura tradição”. “E você sabe que a escola é cheia de mil regras sem qualquer sentido”, acrescenta.
A pedagoga Juliana Storino, que coordena um bem-sucedido programa de alfabetização em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, é ainda mais radical: “Acho que ela [a cursiva] é uma das responsáveis pelo analfabetismo em nosso país. As crianças além de decodificar o código da língua escrita (relação fonema/ grafema) têm também de desenvolver habilidades motoras específicas para “bordar’ as letras. O tempo perdido tanto pelo aluno, como pelo professor com essa prática, aliada ao cansaço muscular, desmotivam o aluno a aprender a ler e muitas vezes emperram o processo”.
Esse diagnóstico, entretanto, está longe de unânime. O educador João Batista Oliveira, especialista em alfabetização, diz que a prática da caligrafia é importante para tornar a escrita mais fluente, o que é essencial para o aluno escrever “em tempo real” e, assim, acompanhar a escola. E por que letra cursiva? “Jabuti não sobe em árvore: é a forma que a humanidade encontrou, ao longo do tempo, de aperfeiçoar essa arte”, diz.
Magda Soares acrescenta que a demanda pela cursiva frequentemente parte das próprias crianças, que se mostram ansiosas para começar a escrever com esse tipo de letra. “Penso que isso se deve ao fato de que veem os adultos escrevendo com letra cursiva, nos usos quotidianos, e não com letras de imprensa”.
Para Elvira Souza Lima, que prefere não tomar partido na controvérsia, “os processos de desenvolvimento na infância criam a possibilidade da escrita cursiva”. A pesquisadora explica que crianças desenhando formas geométricas, curvas e ângulos são um sério candidato a universal humano. Recrutar essa predisposição inata para ensinar a cursiva não constitui, na maioria dos casos, um problema. Trata-se antes de uma opção pedagógica e cultural.
Souza Lima, entretanto, lança dois alertas. O tempo dedicado a tarefas complementares como a cópia de textos e exercícios de caligrafia não deve exceder 15% da carga horária. No Brasil, frequentemente, elas ocupam bem mais do que isso.
Ainda mais importante, não se deve antecipar o processo de ensino da escrita. Se se exigir da criança que comece a escrever antes de ela ter a maturidade cognitiva e motora necessárias (que costumam surgir em torno dos sete anos) o resultado tende a ser frustração, o que pode comprometer o sucesso escolar no futuro.
O que a ciência tem a dizer sobre isso? Embora o processo de alfabetização venha recebendo grande atenção da Neurociência, estudos sobre a escrita são bem mais raros, de modo que não há evidências suficientes seja para decretar a morte da cursiva, seja para clamar por sua sobrevida.
Há Neurocientistas, como o canadense Norman Doidge, que sustentam que a escrita cursiva, por exigir maior esforço de integração entre áreas simbólicas e motoras do cérebro, é mais eficiente do que a letra bastão para ajudar a criança a adquirir fluência.
Outra corrente de pesquisadores, entretanto, afirma que, se a cursiva desaparecer, as habilidades cognitivas específicas serão substituídas por novas, sem maiores traumas.

Fonte: Folha Online

(compartilhando um texto de uma de nossas alunas do curso Psicomotricidade EAD)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

NEUROPSICOPEDAGOGIA

A Neuropsicopedagogia é área de estudo das neurociências na qual objetiva a análise dos processos cognitivos , potencialidades pessoais e perfil sócio– econômico,a fim de construir indicadores formais para a intervenção clínica frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido a lesão neurológica de origem genética , congênita ou adquirida.” ROTTA Apud COSENZA: 2010.

Neuropsicopedagogia é a "Abordagem neurológica de distúrbios e de incapacidades de aprendizagem. A Neuropsicopedagogia é de grande utilidade para o psicopedagogo clínico, pois possibilita o diagnóstico de processos anormais na estrutura, na organização e no funcionamento do sistema nervoso central, por meio de testes de avaliação neuropsicológica, aplicáveis a indivíduos portadores de problemas de aprendizagem". (Rodrigues, Roberto. In: REVISTA CAESURA. Pelotas (RS): Universidade Católica, n.9, 1996, p.34-40.)"

Neuropsicopedagogia é a "Abordagem neurológica de distúrbios e de incapacidades de aprendizagem. A Neuropsicopedagogia é de grande utilidade para o psicopedagogo clínico, pois possibilita o diagnóstico de processos anormais na estrutura, na organização e no funcionamento do sistema nervoso central, por meio de testes de avaliação neuropsicológica, aplicáveis a indivíduos portadores de problemas de aprendizagem". (Rodrigues, Roberto. In: REVISTA CAESURA. Pelotas (RS): Universidade Católica, n.9, 1996, p.34-40.)"

Fonte: Aula Inaugural Curso de Pós-graduação em Neuropsicopedagogia - RJ com Prof. João Beauclair

terça-feira, 7 de junho de 2011

Inteligências Múltiplas

Denomina-se inteligências múltiplas a teoria desenvolvida por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner, a partir da década de 80.
Gardner não acreditava que tivéssemos apenas dois tipos de inteligências (lógico/matemática e linguística), questionando a possibilidade de outras capacidades.
A pesquisa identificou e descreveu sete tipos de inteligência nos seres humanos, e, no início da década de 80, obteve grande êxito no campo da educação. Recentemente, acrescentaram-se à lista original as inteligências de tipo "naturalista" e "existencial".

Durante grande parte dos séculos XIX e XX, acreditou-se que a inteligência era algo que podia ser facilmente medida, determinada e comparada através de testes, como o famoso teste de QI por exemplo, que dava a inteligência da pessoa em números. No entanto, com o tempo,foi se notando que nem sempre as pessoas mais inteligentes e bem sucedidas conseguiam os melhores resultados.
Os psicólogos e pesquisadores começaram a notar que algumas pessoas obtinham resultados baixos nos testes de QI, mas se davam bem na vida, pois eram determinadas, disciplinadas, persistentes e carismáticas.
Como pessoas consideradas “incapazes” pelo teste de QI poderiam ter tanto sucesso?
Segundo Gardner , psicólogo autor desta teoria, existem tipos de inteligência e todas as pessoas tem um pouco dessas habilidades, desenvolvido de forma mais predominate e que se sobrepõe sobre os outros.

Vejamos como elas se apresentam:

Inteligência Verbal Linguística
As pessoas que possuem este tipo de inteligência tem grande facilidade de se expressar tanto oralmente quanto na forma escrita. Além de terem uma grande expressividade, também tem um alto grau de atenção e uma alta sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É uma inteligência fortemente relacionada com o lado esquerdo do cérebro.

Inteligência Lógico-Matemático
Pessoas com esse perfil de inteligência tem uma alta capacidade de memória e um grande talento para lidar com matemática e lógica em geral. Elas tem facilidade para encontrar soluções de problemas complexos, tendo a capacidade de dividí-los em problemas menores e vão resolvendo até chegar a resposta final. São pessoas organizadas e disciplinadas. É uma inteligência fortemente relacionada com o lado direito do cérebro.

Inteligência Cinestésico-Corporal
Pessoas com este tipo de inteligência possuem um grande talento em expressão corporal e tem uma noção excelente de espaço, distância e profundidade. Tem um controle sobre o corpo maior que o normal, sendo capazes de realizarem movimentos complexos, com enorme precisão e facilidade. É uma inteligência relacionada ao cerebelo que é a porção do cérebro que controla os movimentos voluntários do corpo. Presente em esportistas olímpicos e de alta performance. É um dos tipos de inteligência diretamente relacionado com a coordenação e capacidade motora.

Inteligência Espacial
Pessoas com este perfil de inteligência, tem uma enorme facilidade para criar e imaginar desenhos em 3D. Elas tem uma grande capacidade de criação em geral mas principalmente tem um enorme talento para a arte gráfica. Pessoas com este perfil de inteligência tem como principais características a criatividade e a sensibilidade, sendo capazes de imaginar, criar e enxergar coisas que quem não tem este tipo de inteligência desenvolvido, em geral, não consegue.

Inteligência Musical
É um dos tipo raros de inteligência. Pessoas com este perfil tem uma grande facilidade para escutar músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas musicais. Eles conseguem ouvir e processar sons além do que a maioria das pessoas conseguem, sendo capazes também de criar novas músicas e harmonias inéditas. Pessoas com este perfil é como se conseguissem “enxergar” através dos sons. Algumas pessoas tem esta inteligência tão evoluída que são capazes de aprender a tocar instrumentos musicais sozinhas. Assim como a inteligência espacial, este é um dos tipos de inteligência fortemente relacionados com a criatividade.


Inteligência Interpessoal
Inteligência interpessoal é um tipo de inteligência ligada a capacidade natural de liderança. Pessoas com este perfil de inteligência são extremamente ativas e em geral causam uma grande admiração nas outras pessoas. São os líderes práticos. Eles são calmos, diretos e tem uma enorme capacidade para convencer as pessoas a fazerem tudo o que ele achar conveniente. São capazes também de identificar as qualidades das pessoas e extrairem o melhor delas organizando equipes e coordenando trabalho em conjunto.

Inteligência Intrapessoal
É um tipo raro de inteligência, também relacionado com a liderança. Quem desenvolve a inteligência intrapessoal tem uma enorme facilidade em entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Ao contrário dos líderes interpessoais que são ativos, os líderes intrapessoais são mais reservados, exercendo a liderança de um modo mais indireto, através do carisma e influenciando as pessoas através de ideias e não de ações. Entre os tipos de inteligência, este é considerado o mais raro.

Inteligência Naturalista
Diz respeito à competência para perceber a natureza de maneira integral e sentir processos de acentuada empatia com animais e com plantas, uma percepção de ecossistemas e habitats.


Inteligência Pictórica
É demonstrada pela reprodução de desenhos e objetos, situações reais ou mentais e capacidade de organizar elementos visuais de forma harmônica.

sábado, 14 de maio de 2011

Aprendizado

Seu cérebro não é um computador. Além de ficar melhor quanto mais é usado (ao contrário do computador, que vai quebrando aos poucos), ele não tem como adquirir programas prontos para serem usados.

Ao contrário, precisa construí-los aos poucos, a partir dos pedaços mais básicos.

Essa construção de programas é o processo do Aprendizado. A modificação efetiva do cérebro conforme o uso que resulta em um desempenho cada vez mais adequado do comportamento desejado, ou seja, um desempenho melhor.

A base do aprendizado é considerada a modificação das sinapses, ou seja, das conexões entre neurônios no cérebro.

Conforme algumas ficam mais fortes e outras mais fracas, a modificação sináptica efetivamente remodela os circuitos entre neurônios e, com isso, o comportamento.

Por exemplo, os neurônios que representam a ideia “Paris” passam a ter sua atividade associada à atividade de outros neurônios, que representam a imagem da torre Eiffel e a ideia “França”, e dissociada da atividade dos que representam, digamos, “Alemanha”.

Essa modificação sináptica com o uso acontece a vida toda, ainda que ocorra mais facilmente (ou seja, com menor necessidade de insistência e repetição) quando somos jovens. E mais: é um processo rápido, que já pode ser observado assim que um novo comportamento é aprendido.

Como é incremental, associando informações, o aprendizado de programas complexos – dirigir, escrever, tocar piano, jogar basquete – precisa acontecer aos poucos, em degraus de complexidade crescente. E mais: como é um processo direcionado pelo uso bem-sucedido, o aprendizado depende de prática e motivação.

Quanto mais se pratica, mais chance o cérebro tem de reforçar as modificações sinápticas que constituem o que está sendo aprendido.

Quanto mais motivação se tem, mais se pratica, mais importância se dá ao aprendizado, e portanto mais facilmente acontecem as modificações sinápticas do aprendizado.
Fonte:Cérebro melhor

domingo, 20 de março de 2011